quinta-feira, 11 de setembro de 2014

CIBERCULTURA, CIBERESPAÇO E SOCIEDADE EM REDE

Apresentando os autores:

PIERRE LÉVY


Pierre Lévy é um filósofo francês da cultura virtual contemporânea. Nasceu na Tunísia, em 1956. É mestre em História da Ciência, PhD em Comunicação e Sociologia e Ciências da Informação. Lecionou em universidades de Paris e Montréal, é professor titular da cadeira de Pesquisa em Inteligência Coletiva na Universidade de Ottawa, no Canadá, e membro da Sociedade Real do Canadá – Academia de Ciências e Humanidades.
É o filósofo da cibercultura, do ciberespaço, da inteligência coletiva, do aprendizado cooperativo e da árvore do conhecimento.

A internet é um dos mais fantásticos exemplos de construção cooperativa internacional. - Lévy”


MANUEL CASTELLS


Manuel Castells Oliván é um sociólogo espanhol, nasceu em Hellín em 1942 e começou sua carreira em 1967 na Universidade de Paris. Ele foi um dos fundadores da chamada Nova Sociologia Urbana. Há varias publicações de sua autoria que são tratadas como muito importantes na criação deste pensamento.Nos anos 80, concentrou-se no estudo das novas tecnologias de informação e comunicação e seu impacto econômico.


CIBERESPAÇO


Ciberespaço é o meio de comunicação que surge da interconexão de computadores e o consequente surgimento da cibercultura.
É considerado como uma virtualização da realidade, ou seja, uma migração do mundo real para um mundo de interações virtuais, onde se encontram quantidades massivas de dados, informações e conhecimentos, tudo em um mix de imagens, sons, possibilidades; um ambiente não físico, mas um real espaço aberto, onde tudo acontece instantaneamente em tempo real e de durabilidade incerta.

O computador é um operador da virtualização.

O crescimento do ciberespaço é orientado por três princípios fundamentais: a interconexão, a criação de comunidades virtuais e a inteligência coletiva.

A interconexão, mundial ou local, é um princípio básico do ciberespaço, na medida em que sua dinâmica é dialógica.

As comunidades virtuais “são construídas sobre afinidades de interesses, de conhecimentos, sobre projetos, em um processo mútuo de cooperação e troca”. 

A inteligência coletiva compartilhada que surge da colaboração 
de muitos indivíduos em suas diversidades. “É uma inteligência distribuída por toda parte, na qual todo o saber está na humanidade, já que, ninguém sabe tudo, porém todos sabem alguma coisa”.


CIBERCULTURA


Segundo Lévy, “a cibercultura expressa o surgimento de um novo universal, diferente das formas que vieram antes dele no sentido de que ele se constrói sobre a indeterminação de um sentido global qualquer”. Trata-se de um “novo dilúvio”, provocado pelos avanços tecnológicos das telecomunicações, em especial, o advento da internet.
Participar da cibercultura também é um ato de partilhar informações, sejam em redes sociais, entre amigos ou em redes profissionais, com o mercado.Na medida em que estamos dia-a-dia mais imersos nas novas relações de comunicação e produção de conhecimento que ela nos oferece, estamos passando por um processo de universalização da cibercultura.




3 EXEMPLOS DE CIBERCULTURA:

AS COMUNIDADES DE APRENDIZAGEM:

Cada vez mais existem comunidades de aprendizagem na Web, designando-se também pelo ensino à distância (EAD). Os centros de aprendizagem cada vez mais proliferam a nível mundial. A necessidade de conhecer e de aprender, com o menor custo possível, leva instituições e empresas a reorganizar-se para permitir o ensino on-line. Há uma série de recursos disponibilizados na Web, tais como, os repositórios e as bibliotecas digitais, através do e-books , como blog’s e sites educativos ou de formação.


AS REDES SOCIAIS:

As redes sociais se transformou em rotina no dia-a-dia de todos. A necessidade de comunicar e conhecer, tem levado milhões de pessoas a utilizar várias interfaces de comunicação, tais como o Whatsapp, Facebook, Twitter, skype, etc. Estas plataformas de comunicação evoluíram passando de uma comunicação textual para a comunicação com imagem e som em tempo real.



A ARTE SOM, DA IMAGEM E DO VÍDEO
:

Atualmente encontramos na Web, toda a multiculturalidade musical do planeta. Agora não se compram mais CD’s, compram-se músicas ou álbuns, realizando downloads, onde todos podem levar consigo em dispositivos portáteis e escutar em qualquer lugar.A imagem veicula uma série de informação, que pode ser encontrada na Web. Quase tudo é fotografado e publicado. O vídeo, principalmente na rede social Youtube, passou a ser mais uma ferramenta de divulgação planetária, para vários fins. Com o vídeo se aprende, se conhece, se diverte.A evolução dos jogos online tem sido extensa, milhões de cibernautas passam horas de lazer, a jogar jogos on-line ou off-line com grupos de parceiros do mundo inteiro, na busca do mesmo objetivo.



SOCIEDADE EM REDE


“Numa perspectiva histórica mais ampla, a sociedade em rede representa uma transformação qualitativa da experiência humana.” - Manuel Castells

A
SOCIEDADE é formada por todos os seres humanos que ocupam um determinado espaço num determinado tempo. O espaço pode ser um país ou região, por exemplo, e o tempo que, historicamente, pode ser bastante longo mas que, sociologicamente ou estatisticamente, pode ser extremamente curto. Ainda há uma terceira dimensão a considerar aqui, a dos traços de união entre os elementos, que podem ser os mais variados: família, vizinhança, trabalho, povoação de origem, origem étnica, opções políticas, país, etc.

Já a
REDE é um conjunto de nós interligados por relações aleatórias que permitem o fluxo de informação. Abstraindo essa definição para a nossa sociedade, pode-se considerar que a primeira rede da qual fazemos parte é a família. Nesta, os nós são os familiares e todos eles se comunicam, trocam experiências e entre ajudam para o bem comum. Outra rede que integramos é a escola. Aqui também há a comunicação e a troca de experiências que formam uma rede um pouco mais abrangente.

Portanto, sociedade em rede, é o conjunto de seres humanos que partilham interesses comuns, ligados por pontos e ferramentas que facilitam a comunicação e a partilha de experiências entre si. Nesta partilha coletiva, cada indivíduo ruma ao descobrimento da sua identidade individual e coletiva.
Segundo Castells (2006), o avanço tecnológico proporcionou um aumento exponencial do efeito de rede, modelando a sociedade atual, na qual se insere a sociedade da informação e do conhecimento.As tecnologias modernas permitem a formação de redes informais e comunidades de aprendizagem cuja afinidade é o encontro num ambiente virtual.
A sociedade em rede é a sociedade da descoberta do 
outro, nunca como hoje, o desconhecido esteve ao nosso alcance.
Estamos a viver uma fase que Castells (2005) designou como Revolução Informacional e Tecnológica, atribuída a uma evolução associada a grandes redes comunicacionais, que interfere em diversas esferas sociais e em diferentes domínios (científico, econômico, político e cultural). Estas transformações estão a mudar o mundo em que hoje vivemos e a forma como comunicamos.Desde sempre a sociedade funcionou em rede, mas a explosão do uso da Internet fez com que as redes se estruturassem em torno de plataformas online. Para além do contato interpessoal passamos a ter como recurso de socialização o contato via web, em múltiplas áreas de interesse, em variados idiomas e em localizações geográficas até então inacessíveis.
Vivemos numa era em que a comunicação superou barreiras e em que a Internet e a Sociedade em Rede têm permitido a troca rápida de informação, bem como capacidade de processar e gerar conhecimento.


Parte de uma entrevista feita com Manuel Castells:

Seu conceito de "sociedade em rede" ganhou novas nuanças devido ao fenômeno das redes sociais e à cultura colaborativa da internet?

Castells – Propus, em 1996, o conceito de sociedade em rede para caracterizar a estrutura social emergente na era da informação, substituindo gradualmente a sociedade da era industrial. A sociedade em rede é global, mas com características específicas para cada país, de acordo com sua história, sua cultura e suas instituições. Trata-se de uma estrutura em rede como forma predominante de organização de qualquer atividade. Ela não surge por causa da tecnologia, mas devido a imperativos de flexibilidade de negócios e de práticas sociais, mas sem as tecnologias informáticas de redes de comunicação ela não poderia existir. Nos últimos 20 anos, o conceito passou a caracterizar quase todas as práticas sociais, incluindo a sociabilidade, a mobilização sócio-política, baseando-se na Internet em plataformas móveis.

Nos primeiros dias da Internet comercial, muito se discutiu o risco à privacidade na sociedade conectada. Hoje, dados pessoais, histórico de navegação na web e até mesmo mensagens individuais são ferramentas orientadas de marketing. A privacidade tornou-se um produto de mercado?

Castells – Obviamente, na era da internet, não há mais privacidade, ainda que seja necessário continuar protegendo-a com leis. Os governos interferem legalmente ou ilegalmente na rede, as empresas utilizam os dados pessoais e os vendem, e quem pode inteirar-se da vida dos outros por meio da rede o faz. O que é novo é que antes só o poder podia espionar, e agora, qualquer cidadão com um celular pode gravar os poderosos. E, realmente, os dados pessoais são mercadorias e as empresas de internet prestam serviços que são pagos com dados pessoais. Existem hoje no Vale do Silício pequenas empresas inovadoras que protegem dados pessoais em troca de poderem vendê-los eles próprios com melhores condições de privacidade.”

Entrevista completa:



Diante de todos esses conceitos, temos duas perguntas a fazer:


1. 
COMO A SOCIEDADE MODERNA É IMPACTADA?

Podemos dizer que a geração atual foi mal acostumada a fazer tudo com a ajuda da tecnologia. Um exemplo disso é que quando precisamos encontrar algo como telefone ou endereço de algum lugar/pessoa, o nosso primeiro instinto é pesquisar na internet, em ferramentas de busca, principalmente na mais famosa: o Google.
Com essas inúmeras fontes de pesquisas encontradas no mundo virtual, a agilidade se tornou algo em questão de segundos, basta apenas ter conexão com a internet e um meio físico para se conectar, como computador de mesa, notebook, tablets e celulares. Com apenas um toque, as pessoas tem vários mundos de informações em apenas uma tela, e além de pesquisar qualquer tipo de informação, também podem interagir virtualmente com outras pessoas através de redes sociais, messengers, via texto, áudio e vídeo, e isso simultaneamente, algo que alguns anos atrás nem se imaginava que poderia acontecer!Toda vez que o internauta posta algo nas redes sociais Twitter, Facebook, Youtube e afins, está fazendo uma contribuição para a formação de uma parte no ciberespaço.


2. 
COMO LEVAR A COMUNICAÇÃO NESTE CENÁRIO?

Atualmente, se tornou inevitável ficar fora do mundo virtual 
e temos que aprender a lidar com isso, independente do sexo, idade, classe social e cultura.
Se alguém ainda não está interagindo no mundo “internetês” vai ser obrigado a aprender, pois tudo e todos giram em torno do mundo virtual, sentimentos e desejos se tornaram virtuais, infelizmente, isso é algo que prejudica em alguns aspectos da nossa vida e tente a piorar, mas o mundo é assim, as pessoas se tornaram assim, e quem não souber ou não conseguir conviver com isso, sinto lhe dizer, mas você vai ficar cada vez mais perdido!



Então pode-se concluir que não podemos mais viver 
sem o mundo virtual – a internet e redes sociais – estamos presos nesse mundo no qual o próprio homem criou, ficamos mal acomodados, muitas vezes esquecemos de fazer nossas obrigações, já acordamos com a cara no celular, querendo saber das novidades postadas e também postamos nossos sentimentos, fotos, vídeos do nosso dia a dia, da vida pessoal e profissional, fazendo com que qualquer pessoa saiba da nossa existência, e se não tomarmos os devidos cuidados e segurança, isso se torna algo perigoso em nossas vidas!
Por um lado a internet nos proporciona momentos de prazer, alegrias, tristezas e nos ajuda e muito em pesquisas, trabalhos, compras, encontrar pessoas que há muito não vimos, conversar com aqueles entes queridos que moram longe, ficar informado das notícias em tempo real; mas por outro lado, isso pode ser prejudicial se deixarmos ultrapassar certos limites, prejudicando a nossa vida real social e pessoal.
Ainda assim, nada melhor do que o toque físico, aquele abraço gostoso, boas conversas ao vivo, carícias, beijos, sorrisos, poder estar ao lado de quem se gosta, viajar e conhecer novos lugares, pessoas e culturas, enfim, vamos tentar lembrar que ainda existe vida fora das telinhas cibernéticas, ok!


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